A Polícia Civil diz que ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, 54 anos, encontrado morto na noite de quinta-feira (27), teria registrado três boletins de ocorrência por ameaça.
De acordo com o delegado-adjunto da 9ª Subdivisão de Polícia, Nagib Nassif Palma, um registro foi feito no ano ado, referente a uma determinada pessoa, e outros dois, em maio e junho deste ano, denunciando outro indivíduo.
O delegado afirma ainda que Paolicchi estaria bastante endividado e que as ameaças estavam relacionadas a cobranças. “A nossa primeira linha de investigação seria essa, mas por enquanto estamos ouvindo parentes e amigos mais próximos da vítima, até entender o que estava realmente acontecendo”, diz.
Paolicchi foi visto pela última vez na quarta-feira (26) por seu companheiro, com quem vivia há cerca de dez meses. Por volta das 21h, o ex-secretário teria deixado o rapaz em um hospital, para visitar a avó que estava internada, e dito que ia ver um amigo. Depois disso, não foi mais visto.
Na quinta-feira (27) de manhã, o companheiro, após conversar com outros amigos de Paolicchi, foi até a delegacia para registrar o desaparecimento. Também foi preenchido um boletim de ocorrência por furto do veículo Fiat Idea, que a vítima dirigia quando foi vista pela última vez.
Denúncia
No mesmo dia, à noite, Paolicchi foi encontrado morto dentro do porta-malas do carro que dirigia, em Floriano, distrito de Maringá, em uma zona rural. A denúncia partiu de moradores da região que disseram ter visto o veículo o dia todo estacionado no mesmo lugar.
O ex-secretário foi morto com quatro tiros à queima roupa, dois no rosto, um na barriga e um na axila. Segundo o delegado, todos os disparos partiram da direita para a esquerda e de cima para baixo, demonstrando tratar-se de uma execução.
A perna direita também estava amarrada com uma fita adesiva. A vítima estava com relógio, camisa, calça jeans, sapato e tinha a carteira junto do corpo, com cerca de R$ 150 em dinheiro, mais cartões de crédito, o que fez com que a polícia descartasse a possibilidade de latrocínio (roubo com morte). O único objeto levado foi o celular, possivelmente para ocultar provas.
Investigação
O delegado ressalta que, por Paolicchi ter sido uma pessoa bastante popular e polêmica, várias pessoas poderiam querer sua morte, por isso o leque de pessoas a serem ouvidas pode ser grande.
Outra linha de investigação que não está descartada é a de crime ional. Sobre a ligação do homicídio com casos relacionados à política, Palma acredita ser difícil, já que a vítima não respondia por mais nenhum inquérito sobre o crime de desvio de dinheiro público que cometeu.
Paolicchi teria sido beneficiado por cerca de R$ 100 milhões, que teria ajudado a desviar dos cofres da prefeitura de Maringá, durante a gestão do prefeito Jairo Gianotto, entre 1997 e 2000. Ele foi condenado a 11 anos e oito meses e ficou preso na Penitenciária Estadual de Maringá de dezembro de 2000 a abril de 2005.
