Pablo, o Furacão

Como um andarilho, às vezes quase um nômade e um sem teto, Pablo andou o mundo, atravessou oceanos, foi de Curitiba ao Japão, ando por Madri. Depois de ficar entocado em Florianópolis, voltou ao Atlético para esperar por um outro canto longe do Caju.
Mas o caminho de Pablo, como no Japão, para a sorte do Atlético, cruzou outra vez com o do treinador Paulo Autuori. No esquema que Autuori projetou era preciso um pivô entre o meio e o ataque. E o pivô no futebol, como em qualquer esporte coletivo, dispensa qualquer outra virtude, desde que tenha duas naturais, porque não podem ser forjadas: a qualidade individual para jogar com a bola e a inteligência. É que precisa ocupar um espaço em que a bola sempre a e em torno do qual vão girar as principais as jogadas do time. Era Sicupira no ado, e Souza na virada contra o Fluminense (3×2) e na vitória sobre o São Caetano (4×2), do título de 2001.
Essa liturgia Pablo sempre acaba em gols. E não gols comuns, mas gols decisivos. Foram dois desses gols que fizeram o Atlético virar contra o Inter (2×1), e o de ontem que estava estocado com cuidado, que fez um Furacão quase desenganado ganhar e exigir que o São Paulo pagasse mais uma fatura como o bom freguês paga: 1×0.
Escrevo muito de Pablo e pouco do Atlético, porque Pablo foi o Furacão. Foi visto marcando, cercando, recuando no escanteio, armando, desarmando, atacando, parecendo ter recebido algum toque divino para ser onipresente na Baixada.

Retalhos

Destroçado por cartões e pela lentidão do Departamento Médico (leia-se doutor Macedo) em recuperar jogadores, o Coritiba foi jogar em Recife contra o desesperado Sport. Aí Carpegiani teve que tecer uma colcha de retalhos. Montando o Coxa com paraguaio, turco (ontem Kazim mais inglês), venezuelano, Amaral, Icaro, Edinho e com duas linhas de quatro, Carpegiani levou os coxas a ganharem a partida que pode ter resolvido a sua vida no campeonato. Coritiba 1×0.
O excelente Rafael Veiga foi o melhor. A última impressão que ficou foi a de que os coxas, também, esse ano não caem mais.

Cuidados

Houve tricolor que não gostou quando escrevi que o Paraná não deveria se iludir em voltar para a primeira divisão, mas ficar no seu cantinho, guardando-se na segunda divisão. Em quatro dias, perdeu para dois times de um estado (Goiás) que sequer está na Série A. Resultado: apareceram no seu retrovisor times que estão fugindo do rebaixamento para a terceira divisão. Concordo que o Paraná perdeu tempo no Estadual não formando uma boa base, e teve dificuldades para arrumar jogadores. Mas está na hora de exigir um pouco mais do treinador Martelotte. O mínimo de condições técnicas táticas dar ao time.

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