Nenhum menu contemporâneo vence na afetividade de um bom buffet de comida caseira. A descrição agora pode fazer você salivar: uma costela de a desmanchando, arroz fresquinho, feijão temperadinho, salada bem lavadinha e fresca, farofinha, uma banana à milanesa, anéis de cebola, purê de batata. Uma comidinha assim, cheia de afetividade, abraça a gente.
E foi num dia de chuva que me senti abraçada pela comidinha com tempero de vovó da Dona Evani. O restaurante funciona na Cândido de Abreu, no miolinho do Centro Cívico, desde o início dos anos 2000. Fui até lá com a ideia de experimentar um de seus lanches famosos, na lanchonete ao lado, mas não resisti ao cheirinho da comida fresquinha e peguei logo um prato.
Pela primeira vez o Rango Barateza escolheu um restaurante por quilo para sugerir aos leitores. Pode fugir um pouco da regra do blog, que é de pagar até R$ 30 na refeição. Só que garanto que, mesmo sem ter um preço fixo, vale a pena um almoço na Dona Evani. O valor do buffet é de R$ 58,50 o kg e desembolsei cerca de R$ 30 no prato.
O buffet varia a cada dia da semana. Os acompanhamentos e as saladas seguem um padrão parecido de segunda sexta, e pratos elaborados são as estrelas do cardápio. Segundas tem frango ao molho, polenta, contra filé e coração assado na churrasqueira. Terça é dia de estrogonofe e sobrecoxa assada na churrasqueira. Quartas-feiras a casa serve a tradicional feijoada, contra filé e frango assado. Quinta-feira é dia de costela de a, peixe empanado e peito de frango grelhado. E sexta-feira, lasanha, costelinha suína e coxa de frango assada na churrasqueira.
Deu fome? É um menu bem provocativo mesmo. E não poderia deixar de comentar do canudinho de maionese. A iguaria, quase extinta dos restaurantes, balança o coração de quem a pelo buffet. Ao observar o comportamento de quem se serviu, notei que boa parte das pessoas pegavam ao menos um canudinho. O sorriso no olhar de cada um me fez pensar que cada um ali buscou na memória algum momento feliz do ado com o saudoso canudinho.
O canudinho da Dona Evani é especial. A maionese de batata temperadinha e vem também com milho e um toque de bata palha no final. Dá pra ver que é fresquinho, porque a massinha estava crocante e bem sequinha. É um acompanhamento estrela, daqueles que roubam a cena fácil.
Clientes fiéis, Greca e até Eduardo Pimentel
Conhecida entre os funcionários da Prefeitura de Curitiba, do Tribunal do Júri, da Assembleia Legislativa, e de tantos outros edifícios que compõem o Centro Cívico, Dona Evani mantém o restaurante com tempero e clientes fiéis.
“Eu abri aqui no início dos anos 2000. Já tem 24 anos. Era uma lanchonete e com o tempo foi ficando difícil atender, tinha muita gente. O movimento era alto, servíamos lanches, doces, sucos, café, salgados. Servia almoço também, mas em 2015 tive que separar. A lanchonete ficou aqui do lado”, conta a empresária Evani Aguiar da Silva Lima, de 65 anos.
Quase ao lado, a lanchonete de mesmo nome ainda carrega a tradição dos salgados e dos lanches bem preparados. Uma das sensações por lá é o X-Bife e o X-Egg, que a turma adora acrescentar uns ingredientes a mais. “A gente adiciona o que o cliente quer, e as pessoas gostam bastante”, comenta Evani.
Os lanches, os salgados e doces ficam para um outro Rango Barateza. Tem também os sucos naturais feitos com extratora, que não vão água, nem gelo e nem açúcar. “É o suco puro da fruta mesmo”, garante a empresária.
Quase do ladinho do edifício da Prefeitura de Curitiba, Dona Evani confessa que até alguns prefeitos aram pelo restaurante. “O Greca veio uma vez durante uma campanha e o Eduardo Pimentel, eleito agora, ou por aqui ainda quando ele era vice. Apresentaram ele como o futuro prefeito, e não é que é mesmo"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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