Depois de ser acusado de ter operado um sistema de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o francês Jérôme Valcke deixou o cargo de secretário-geral da Fifa nesta quinta-feira. Ele ou a ser investigado pelo Comitê de Ética a pedido da própria Fifa. Sua saída foi anunciada em comunicado oficial, com “fins imediatos”, pela entidade. “Valcke foi liberado das suas obrigações”, disse a Fifa, que não cita a palavra renúncia e insiste que o executivo ará a ser investigado.
Ele é acusado de ter fechado acordos para ficar com 50% dos lucros da venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.
Num esquema que revela um “mercado negro” de ingressos operando dentro da própria Fifa, as acusações foram apresentadas nesta quinta por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o “desaparecimento” de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas pela empresa no torneio.
O jornal O Estado de S.Paulo foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014 e que está sendo avaliado em um possível caso no Comitê de Ética da Fifa. Valcke se declara inocente. O centro do escândalo é a empresa JB Marketing, que fechou um contrato em 2010 com a Fifa para vender pacotes de ingressos VIPs.
Pelo entendimento, 11 mil ingressos seriam entregues a eles em locais “nobres” dos estádios do Mundial no Brasil em 2014. A empresa teria o direito de escolher doze jogos para os quais pediria ingressos para colocar no mercado, com preços acima do valor de tabela. Outros doze jogos seriam escolhidos pela Fifa e a entidade lhes entregaria partidas sem o mesmo apelo comercial. Esse último pacote envolveria 2,4 mil ingressos.
Em dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, Alon procurou Valcke durante a Soccerex e pediu um novo encontro para tratar do assunto. A reunião, porém, ocorreria apenas em março de 2013. O empresário viajou até Zurique e, no escritório da Fifa, explicou que gostaria de renegociar a questão dos doze jogos mais fracos e obter melhores partidas para o Mundial de 2014. Segundo ele, pelo esquema montado, sua empresa perderia US$ 300 mil (R$ 1,2 milhão aproximadamente) se o acordo fosse mantido.
“Valcke foi até seu cofre, colocou suas digitais e tirou dali nosso contrato”, contou Alon. “Valcke então me perguntou: O que tem aqui para mim"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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