O Paraná Clube parte em busca de novos objetivos no retorno do Brasileirão. Após recuperar espaço entre os oito primeiros, a meta agora é “apertar o o” e encostar nos times que brigam de forma direta por uma das vagas à Libertadores. O primeiro obstáculo é um inimigo bem conhecido e que já superou nesta competição. Só que o clássico desta noite ganhou novos ingredientes com a crise rubro-negra que culminou com a mudança em seu comando técnico.
O novo treinador do Atlético, Mário Sérgio, já conseguiu “amarrar” a equipe paranista há mais de dois meses. Tudo bem que no empate por 1×1 entre Paraná e São Caetano (o time anteriormente dirigido por Mário Sérgio) o Tricolor pecou demais nas finalizações. Além disso, muita coisa mudou no Tricolor desde aquele confronto. Já foram duas mudanças de treinador e o time também ou por reformulações com a chegada do atacante Maurílio. “Já temos outro padrão tático e faremos o possível para sair de qualquer estratégia que o Atlético venha a adotar neste jogo”, disse o zagueiro Fernando Lombardi.
O garoto é a principal novidade da equipe no clássico, tendo como missão suprir a ausência de Cristiano Ávalos – o jogador mais regular do setor -, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. De resto, o técnico Saulo de Freitas mantém o time-base, com as voltas de Caio e Marquinhos. Com a dupla titular, o Paraná ganha em criatividade e “poder de fogo”. Marquinhos atravessa um grande momento e é o artilheiro do time – ao lado de Renaldo – com dez gols marcados. “Temos tido um bom aproveitamento e não podemos nos descuidar neste início de segundo turno. Chegamos à oitava colocação, mas queremos mais”, avisou o meia.
O grupo – apesar das campanhas distintas dos clubes – prefere não assumir o eventual favoritismo. “Em jogos assim, vale a superação. Sabemos que o adversário tem qualidade, sem contar a motivação extra pela presença de um novo técnico”, reconhece Renaldo. O experiente centroavante alerta para a necessidade de uma marcação eficaz sobre alguns destaques atleticanos, principalmente por se tratar de um jogo no Joaquim Américo. “Eles podem estar numa colocação ruim, mas em casa têm uma boa campanha. É jogo para superação”, acredita Maurílio.
O atacante segue perseguindo a marcação de um gol de falta neste Brasileirão. “Me cobro muito quando erro e acho incrível. Tenho um aproveitamento ótimo nos treinos, mas está faltando sorte nos jogos. Mas, tenho certeza que quando o primeiro gol sair, muitos virão na seqüência”, disse. Maurílio, maior artilheiro da equipe em campeonatos brasileiros (ao lado de Márcio – hoje no Cruzeiro), com 24 gols, só fez três na atual temporada.
Para definir o time, Saulo depende da avaliação final de Valentim, que ontem não treinou. Com dores musculares, foi poupado. Devido à esse problema de última hora, a comissão técnica relacionou 19 jogadores para a concentração. Milton é o substituto imediato para a lateral-direita.
Paraná nunca venceu na Arena
Em jogo, mais um tabu. O Paraná Clube tenta hoje a sua primeira vitória na Arena. Desde a construção do novo Joaquim Américo, foram disputados oito jogos, com cinco empates e três vitórias do Atlético. A escrita vale não apenas para os clássicos, mas com o empate do último domingo, frente ao Corinthians, o Tricolor jamais obteve um resultado positivo neste “terreno inimigo”.
Curiosamente, em campeonatos brasileiros o Atlético também não venceu em sua casa: foram dois empates – em 1999 e 2001 -, ambos por 1×1. O Paraná tem uma pequena vantagem no retrospecto geral, com 16 vitórias contra 15 do rival. Vantagem obtida após o clássico do primeiro turno, onde o Paraná fez 3×0 e ainda perdeu uma penalidade máxima.
No jogo desta noite, a igualdade não pode ser desprezada pelo Tricolor. Já o Atlético precisa dos três pontos para não mergulhar de cabeça na “zona de risco”. Com estes fatores, o clássico promete ser tenso, com trabalho redobrado para o árbitro paranaense Marcos Tadeu Silva Mafra.
