São Januário interditado. Mas o Coritiba quer mais

O Coritiba deve entregar até amanhã o ?dossiê? com informações e imagens que podem incriminar ainda mais o Vasco, que permitiu a entrada de torcedores no estacionamento do estádio de São Januário e, por conseqüência, a agressão aos jogadores e dirigentes do Cori. O campo vascaíno deve ser interditado pelo STJD nas próximas horas, mas a direção alviverde ainda quer mais, e vai lutar por punições exemplares.

O procurador Antônio Augusto Toledo Gaspar pediu ontem a interdição preventiva do estádio, além de denunciar o Vasco nos artigos 297 (interdição) e 300 (perda de três mandos) do Código Brasileiro Disciplinar de Futebol. O presidente do STJD Luiz Zveiter concede entrevista coletiva às 11h, em Niterói, quando acatará a decisão do procurador.

Para o secretário Domingos Moro, a interdição do estádio não significa uma vitória do Coritiba. “Acima de tudo, é uma vitória da decência do futebol brasileiro. É uma excelente medida, é um exemplo para todos os clubes”, comenta o dirigente coxa. Para o Vasco, há até um atenuante: com a interdição, o time pode jogar no Rio de Janeiro, enquanto que com a perda de mando os jogos teriam que ser realizados a 150 km de distância da capital fluminense.

Na briga jurídica, o Cori segue lutando em três frentes. E para todas elas é importante a formação do ?dossiê?, que reúne imagens de todas as emissoras de TV. “Nós estamos atrás de todas as imagens que ainda não temos”, conta Moro. Entre as que já estão em poder do clube, há uma fita de vídeo gravada por um cinegrafista amador. E nas imagens contidas estariam visíveis os rostos dos agressores e do local do ataque – o pátio do estacionamento de São Januário.

Além de imagens, seguem também os recortes de todos os jornais que citaram o caso, formando com isso um informativo que reafirma tudo que o Coritiba alega sobre o caso. “O material está em fase final de montagem, e queremos entregar o mais rápido possível”, avisa o secretário coxa – a entrega será feita em mãos pelo advogado Fernando Barrionuevo. Para completar, o delegado do 17.º DP (que fica em São Cristóvão) Fábio Costa deve rear hoje as fotos dos integrantes da torcida Força Jovem para que o presidente Giovani Gionédis reconheça os possíveis agressores.

No Rio, Luiz Zveiter segue aguardando os documentos alviverdes, e pretende buscar informações de todos as testemunhas possíveis, incluindo aí os jornalistas que estiveram em São Januário na quinta ada. A expectativa do Cori é de ver o clube carioca punido severamente.

Até porque sempre há a preocupação do caso acabar em ?pizza?. Domingos Moro ite que, se o caso fosse invertido, o Coritiba já estaria em maus lençóis. “É bem provável que se acontecesse em qualquer outro clube que não seja considerado grande, já estariam falando em perda de pontos. É uma posição pessoal, não se refere ao que o clube pensa”, diz o dirigente.

Reunião

O encontro entre Gionédis e o ministro do Esporte Agnelo Queiroz também deve acontecer amanhã. O ministro estava na comitiva do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que esteve nos Estados Unidos, México e Cuba, e que chegou ontem ao Brasil.

Vitória deixa o Coritiba com mão na Libertadores

Foi um resultado magro, é verdade. A atuação da equipe nem foi tão boa assim, mas o 1×0 sobre o Paysandu foi talvez a vitória mais importante no campeonato brasileiro. Além de recuperar psicologicamente o time, que vinha de derrota e flagelo contra o Vasco, o Coritiba empatou com o Santos e, principalmente, venceu quando todos os adversários que vinham atrás fizeram seus serviços.

Havia muito em jogo. Primeiro, a honra de um grupo ameaçado e agredido em São Januário. Depois, a necessidade de recuperação no campeonato, já que se vinha de derrota. Como é praxe no segundo turno, lutava-se para manter o ?pacto? de aproveitamento máximo no Couto Pereira. E o Coritiba ainda precisava responder às vitórias dos rivais diretos – Internacional, São Paulo, São Caetano e Criciúma já haviam marcado três pontos. E o Atlético-MG também vencia.

Tais resultados, combinados com um tropeço contra o Paysandu, emparelhariam o Coritiba aos adversários, e poderiam fazer virar pó a campanha feita nos 32 jogos anteriores. “A pressão era forte, e o grupo soube assimilar bem tudo que aconteceu e conseguir o resultado”, comenta o técnico Paulo Bonamigo, que aponta a recuperação emocional como a mais importante. “Houve um desgaste enorme. Alguns jogadores ficaram até às 6 da manhã na delegacia. Por isso, foi a vitória da superação”, assegura.

Só que, na tábua de classificação, poucas vezes o Coritiba esteve tão confortável. Se o Cruzeiro está com oito pontos de vantagem, e o São Paulo a um ponto atrás, pela primeira vez na competição o Cori chegou à vice-liderança (que perde no saldo de gols), e ainda mantém cinco pontos de frente para o Atlético-MG.

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