São Paulo – Nos primeiros onze meses de governo Lula, o ministério da Cultura fez uma opção consciente pelo discurso. A afirmação é do ministro Gilberto Gil, durante Conferência Nacional de Cultura do PT, aberta hoje em São Paulo. ?É preciso colocar a cultura na cesta básica brasileira?, justificou Gil. A política do discurso também foi eleita como alternativa à falta de recursos para a realização de um ?projeto cultural de tijolo e cal?, nas palavras do ministro.
Em 2004, mesmo com orçamento apertado, a idéia é avançar do discurso para a ação objetiva. Entre as prioridades do ministério estão o reaparelhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Fundação Nacional de Arte (Funarte) ? ?sem dúvida alguma, as áreas mais críticas?, segundo Gilberto Gil. Os projetos para o próximo ano incluem a construção de marcos regulatórios para áreas importantes, como propriedade intelectual e direitos autorais, e a criação das Casas de Apoio à Cultura.
Para colocar tantos planos em prática, Gil revelou que confia no prometido não contingenciamento do orçamento. O ministro também aposta em parcerias com instituições como o banco do Nordeste, o Banco do Brasil e o BNDES, e na prorrogação e ampliação do programa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Outra fonte importante de recursos, na avaliação do ministro, seria a chamada loteria cultural.
?A realização do sonho coletivo de construir um país de todos a necessariamente pela cultura?, afirmou Gilberto Gil em seu discurso de abertura da Conferência Nacional de Cultura do PT. O ministro aproveitou a ocasião para convocar delegados petistas, sociedade e governo a abraçar a causa cultural.
?O presidente Lula conferiu ao ministério da Cultura a dupla missão de ampliar o o do povo brasileiro à produção e à fruição de bens culturais e valorizar a nossa diversidade cultural. Não realizaremos a demanda do presidente sem que todo o governo abrace a cultura?, enfatizou Gil. E finalizou: ?O ministro da Cultura convoca a sociedade brasileira para uma reflexão sobre o papel estratégico da cultura na transformação política, econômica e social do Brasil?. (Mylena Fiori)
