Delegado pede prisão de Palocci e mais nove em São Paulo

Foto: Agência Brasil

Antônio Palocci: carreira do ex-ministro pode ir para o lixo.

O delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, divulgou ontem o relatório final do inquérito do lixo, no qual pede à Justiça as prisões preventivas de dez pessoas. O primeiro nome da lista é o do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho (PT). Para Valencise, as provas de fraudes no contrato do lixo e de varrição pública são incontestáveis.  

O relatório será encaminhado hoje para o juiz da 1ª Vara Criminal local, Guaracy Sibille Leite, que pedirá um parecer aos promotores do Ministério Público Estadual (MPE). Valencise citou que Palocci coordenou o esquema de fraude entre 2001 e 2004, que teria desviado R$ 30,7 milhões dos cofres públicos, segundo apurou a investigação.

O delegado destacou o trabalho ?claro e transparente? da Polícia Civil e não quis comentar o argumento do advogado de Palocci, José Roberto Batochio, que, pouco antes, encaminhou uma petição ao juiz Leite para solicitar a decretação de segredo de Justiça sobre o inquérito até a data da eleição, já que seu cliente é candidato a deputado federal.

?Se ele pedir a prisão preventiva de Palocci é pirotecnia para a televisão?, disse Batochio, uma hora antes. Após saber da divulgação do pedido de prisão de seu cliente, manteve o seu argumento: ?É pirotecnia.? Mesmo que a Justiça determine a prisão de Palocci, ele não pode ser preso até 48 horas depois do pleito de 1.º de outubro – só seria preso em caso de flagrante ou condenação. Palocci é candidato a deputado federal pelo PT de São Paulo e tem feito campanha com discrição, mas eficiente, segundo observadores políticos.

O ex-prefeito de Ribeirão Preto, Gilberto Maggioni (PT), que substituiu o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, quando este foi para o governo federal, disse que vai aguardar a decisão da Justiça sobre o pedido de prisão preventiva encaminhado ontem pelo delegado seccional, Benedito Antônio Valencise, no encerramento do segundo inquérito do lixo. ?Estou absolutamente tranqüilo?, disse. ?Nunca fechei contrato, peguei o bonde andando e se o trem estava fora dos trilhos, continuou dessa forma?, explicou ao negar as acusações de que teria recebido propina mensal de R$ 50 mil. ?Vou respeitar e aguardar a decisão do juiz?, completou.

O advogado de Wilney Barquete, Renato Martins, criticou a atitude de Valencise. ?É palhaçada. Tenho certeza que esse pedido será negado pelo juiz?, acrescentou. ?Quem convoca entrevista coletiva é ator de cinema, não delegado?, emendou, criticando a maneira de Valencise anunciar o final do inquérito. ?É um picadeiro, em véspera de eleição, e isso prejudica a família, o emprego das pessoas?, disse ele. Barquete está trabalhando e residindo em Santa Catarina.

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