Depoente diz que recebeu ordem para não contabilizar dinheiro do PT

Brasília – O auxiliar de tesouraria do Partido Progressista (PP), Valmir Crepaldi, disse hoje (13) em depoimento no processo contra o presidente partido, deputado Pedro Correa (PE), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que recebeu ordens de não contabilizar os R$ 700 mil recebidos do PT.

De acordo com Crepaldi, o dinheiro foi usado para pagar os honorários do advogado Paulo Goiás, que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 38 processos judiciais no Acre. Segundo Valmir, foram dois pagamentos de R$ 300 mil e um de R$ 100 mil. Ele disse, ainda, que o advogado entregou recibos do pagamento. "Levei os recibos para a tesouraria e o Pedro (funcionário da tesouraria) disse que não era para colocar no registro do partido por enquanto. Esse dinheiro não foi contabilizado em nenhum momento", disse.

Valmir Crepaldi disse que os recibos entregues pelo advogado eram de um valor maior ao que foi efetivamente pago. Segundo ele, foram dois recibos de R$ 400 mil para cada pagamento de R$ 300 mil e um recibo de R$ 130 mil para o pagamento de R$ 100 mil. "Acho que o dinheiro era para pagar os honorários porque ele (Paulo Goiás) ligava insistentemente para a tesouraria do partido", disse.

Diante dessa informação, o relator do processo, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pediu que o partido forneça ao Conselho a quebra do sigilo telefônico no mês de setembro de 2003 para conferir a quantidade de ligações feitas entre o escritório do PP e o escritório do advogado Paulo Goiás.

"O depoimento não acrescentou nenhum elemento de prova ao processo, mas, quando há uma determinação para não contabilizar o dinheiro, você reconhece que a origem desse dinheiro é efetivamente duvidosa", disse o relator.

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