A partir de hoje, os táxis de Curitiba poderão trabalhar cobrando a tarifa da bandeira 2, ou seja, 30% a mais por quilômetro rodado, ando de R$ 1 para R$ 1,30. O aumento é opcional e equivale ao 13.º salário dos motoristas. No entanto, como existe uma defasagem na tarifa, esse valor deverá perdurar no ano que vem, uma vez que já está autorizado um aumento para toda a frota, em 2 de janeiro.
Uma lei de 1995 autorizou o uso da bandeira 2 durante o mês de dezembro, como forma de garantir um salário um pouco melhor aos motoristas. Porém, muitas centrais de táxis preferiam não aumentar o valor das corridas, justamente para incentivar a clientela a continuar usando os táxis. “Este ano nós acreditamos que todos os táxis vão aderir à bandeira 2”, afirmou ontem José Carlos Gomes Pereira Filho, gerente do Serviço de Táxi e Transporte Comercial da Urbs. A alta dos combustíveis e a tarifa defasada farão com que os taxistas tirem proveito da lei que os beneficia no fim do ano. A taxa de saída, que é de R$ 3,20, será mantida, assim como o valor da hora parada: R$ 14,75.
Frota
Curitiba conta com 2.253 táxis e mantém a mesma frota há 26 anos. As últimas concessões foram fornecidas pela Prefeitura em 1976. Desde então, o aperfeiçoamento do transporte coletivo, que atende as longas distâncias e integra diversas linhas, supriu a necessidade de novos táxis. “O que nós temos é suficiente para a capital”, garante José Carlos.
Esta frota, cuja média de idade é de 2,9 anos – uma das mais novas do Brasil – oferece serviços diferenciados: 26 carros executivos e 5 especiais para portadores de necessidades.
A profissão, além de estressante – já que o trânsito de Curitiba não é dos mais fáceis – exige grande preparo dos motoristas. O serviço é todo regulamentado pelo decreto 18/90, que obriga os condutores a manter os veículos em perfeitas condições de conforto, segurança e higiene, além de tratar com educação os ageiros e se vestir adequadamente.
Todos os taxistas aram por um curso montado pela Urbs, que os deixa aptos também a atender turistas, e a cada três anos participam da requalificação profissional, que é um outro curso com 18 horas/aulas que os recicla para o atendimento ao público. “A fiscalização os acompanha de perto e cobramos os comportamentos que comprometam a imagem do serviço ou prejudiquem os ageiros”, salienta José Carlos, lembrando que o taxista não pode recusar ageiro, precisa ligar o taxímetro sempre que o ageiro embarcar, não pode fazer manobras perigosas ou que ofereçam riscos e também é proibido de fumar dentro do carro. Esta proibição vale para o cliente que, se insistir em acender um cigarro, pode acabar sendo preso.
Quando o motorista é flagrado cometendo algum tipo de irregularidade, é notificado e precisa comparecer na Urbs em 48 horas para prestar esclarecimentos. Os usuários que se sintam insatisfeitos por algum motivo, podem fazer suas reclamações pelo fone 156.
Relatos marcam Dia do Taxista
Bia Moraes
Eles am horas a fio enfrentando dificuldades de todo o tipo: trânsito pesado, estresse, risco de assalto e usuários de drogas, entre outros, além de conviver com uma queda no faturamento, resultante da retração do poder aquisitivo da população nos últimos anos. Mas adoram o que fazem e não trocam a profissão por nenhuma outra. Os motoristas de praça não têm muito que comemorar na data de hoje, Dia do Taxista, mas seguem na direção mantendo o bom humor, a paixão pela profissão e a alegria de rodar por toda a cidade conhecendo gente diferente a cada jornada de trabalho.
“A gente é um pouco de tudo”, diz Vilson Conrado, o “Geléia”, 40 anos, que há doze faz ponto na praça Tiradentes. “Psicólogo, enfermeiro, babá de criança, amigo, detetive.” “A coisa mais comum hoje em dia é mulher pedindo pra seguir o marido e pegar no flagra”, conta “Geléia”, rindo, ao lembrar das vezes em que foi parar na porta de motel, tendo como ageira uma “dona” furiosa. “Nem me pergunte o que acontece depois”, continua, mantendo a discrição tradicional dos taxistas.
“É tanta coisa que acontece aí nesse banco de trás que o negócio da gente é o seguinte: fingir que não viu nem escutou nada e tocar em frente para atender o ageiro”, revela o experiente motorista. “Imagine você aqui na direção e ali atrás dois caras – ou duas mulheres – se agarrando. Acontece demais! Vou fazer o quê, ficar olhando e perguntar"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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