Líderes e representantes do setor agropecuário se reuniram neste sábado (17) com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O encontro teve como principal pauta a ameaça da gripe aviária. Na sexta-feira (16), foi confirmado o primeiro caso da doença em uma granja no Rio Grande do Sul.
Por ser o maior produtor e exportador de frango do país, o Paraná vê o avanço do vírus como um risco significativo para a economia. Diante da confirmação do caso no Sul do país, foi decretada emergência zoossanitária por 60 dias no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde o foco foi registrado.
Em resposta à determinação, a China, uma das maiores compradoras de frango, suspendeu as importações de aves brasileiras pelo mesmo período. O Paraná é um dos estados mais interessados na normalização do comércio, já que é responsável por quase 35% da produção e cerca de 42% da exportação de carne de frango.
Durante a reunião, o ministro da Agropecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o prazo de suspensão poderá ser revisto por meio de articulações diplomáticas. “Temos espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias e se conseguirmos eliminar o foco e rastrear os animais, acreditamos que com transparência e eficiência, o fluxo possa ser normalizado antes dos 60 dias”, afirmou.
Medidas de segurança para evitar a gripe aviária
Ao dialogar com os proprietários das aproximadamente 20 mil granjas do estado, reforçou-se a importância de intensificar as medidas de biossegurança, como a verificação das telas e o isolamento das criações, a fim de evitar contato com outras espécies. Também foi destacada a relevância da comunicação contínua com os órgãos competentes.
Práticas como a desinfecção de calçados e vestimentas são necessárias para conter a disseminação do vírus. Caso identifiquem mortes atípicas ou sinais da doença, os produtores devem informar imediatamente a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Segundo o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, não há investigações em andamento sobre possíveis casos no estado. Ele reforçou que a transmissão para humanos ocorre apenas em situações de contato direto e prolongado com aves vivas infectadas, como em uma gripe comum, e não por meio do consumo da carne.
