Polícia Federal prende empresários acusados de contrabando

Dois empresários que atuavam no ramo de informática foram presos pela Polícia Federal (PF) na manhã de ontem, em Curitiba, durante a operação batizada de Banda Larga. Foram apreendidos, ainda, cerca de R$ 100 mil em materiais de informática. Mauro e Maurício da Luz, donos da CMC Informática Ltda., são acusados de contrabando e descaminho de produtos – que eram adquiridos no Paraguai e revendidos no Brasil sem o recolhimento de impostos.

Segundo a PF, apenas no material apreendido na sede e nas duas filiais da empresa na capital paranaense, cerca de R$ 50 mil em impostos teriam sido sonegados, mas o total pode superar R$ 1 milhão. A operação, que teve o apoio da Receita Federal (RF), aconteceu em Curitiba e Foz do Iguaçu. O delegado da PF, Omar Gabriel Haj Mussi, explicou que os empresários recebiam os pedidos dos clientes e utilizavam um popular programa de mensagens instantâneas da internet para fazer o pedido a fornecedores no Paraguai.

O pagamento das mercadorias era realizado através de três doleiros de Foz do Iguaçu. ?Eles faziam o câmbio e pagavam os fornecedores, com dinheiro que era depositado em contas de laranjas?, explicou o delegado, que afirmou ainda que os doleiros devem ser indiciados durante a investigação policial. A mercadoria entrava no País através da fronteira, em pequenas quantidades de cada vez.

A operação contou com a participação de 64 policias de Curitiba, Foz do Iguaçu, Paranaguá e Guarapuava, que cumpriram doze mandados de busca e apreensão. Em Foz, a PF apreendeu R$ 67 mil, US$ 80 mil e 10 mil euros. Segundo Mussi, na sede da empresa em Curitiba, a PF encontrou documentos que comprovaram todo o esquema. ?Iremos periciar esses documentos para verificar se existem outras provas?, disse.

Sonegação

O material que estava na sede da CMC Informática e nas suas filiais – em dois shoppings da cidade – e numa feira no Parque Barigüi, foram avaliados em cerca de R$ 100 mil e recolhidos pela Receita Federal. Os dois empresários – que também faziam programas de televisão de venda de computadores e equipamentos – foram presos e levados para uma das sedes da PF em Curitiba.

Segundo o auditor fiscal da Receita, Fioravante Sérgio Cunico Bach, é difícil precisar o volume de impostos que deixaram de ser recolhidos pelos empresários. ?Pelo tempo que eles estavam operando, a sonegação pode superar R$ 1 milhão?, apontou.

Mussi negou que a operação tenha o objetivo de obrigar o mercado de informática, no qual é muito comum esse tipo de esquema de importação, a se regularizar ou que atenda a pressões, principalmente do governo norte-americano, para combater a pirataria no Brasil. ?Pode ser que outras operações parecidas aconteçam, mas essa decorreu unicamente da ação da PF?, disse.

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