Estudos realizados por profissionais de saúde revelam que, nos últimos anos, no Brasil, houve aumento do consumo de drogas e redução na idade de início do uso dessas substâncias. A informação foi divulgada ontem, durante curso sobre dependências químicas, ministrado pelo médico psiquiatra Luiz Renato Carazzai, no campus Jardim Botânico da UFPR, em Curitiba.
No Brasil, em média, as pessoas têm o primeiro contato com as drogas aos 12 anos de idade. Cerca de um terço dos adolescentes brasileiros já experimentou algum tipo de droga: 82% bebidas alcoólicas, 31% cigarro, 17% inalantes, 3,4% maconha e 1% cocaína. Treze por cento da população acima de 15 anos apresenta algum grau de dependência química.
Segundo Luiz, é muito raro alguém começar a consumir drogas após os trinta ou quarenta anos de idade. Geralmente, o vício começa mesmo na juventude, por necessidade de auto-afirmação, influência de amigos ou mesmo de familiares. “A adolescência é uma fase bastante conturbada, onde a pessoa busca ir contra regras e limites, enfrenta mudanças corporais, começa a se afastar dos pais, adquirir valores próprios e se influenciar pela opinião dos amigos”, diz. “Muitos adolescentes buscam prazer através das drogas.”
Diante da constatação de que os filhos estão utilizando drogas, muitos pais não sabem como agir. Outros, notam que o jovem está diferente, mas não associam o fato à dependência química. “Muitas vezes, devido ao tipo de vida, os pais não acompanham o desenvolvimento de seus filhos e acabam não percebendo quando estes estão envolvidos com drogas”, revela o psiquiatra. “Deve-se estar atento a mudanças de comportamento, hábitos de vida e amizade, assim como a baixas no rendimento escolar e alterações de horários. Muitas vezes o comportamento do jovem usuário de drogas é erroneamente interpretado como típico da adolescência.”
Se o consumo de drogas for comprovado, os pais, de forma objetiva, devem expor suas opiniões ao filho. Se necessário, deve-se procurar ajuda de profissionais especializados.
