A Promotoria de Justiça da Saúde de Ponta Grossa protocolou ontem uma ação civil pública contra a Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Ponta Grossa (APMI), a Maternidade Santana e a Unimed/Ponta Grossa por terem descumprido norma federal que estabelece que 60% dos leitos de hospital devem ser destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério Público também apurou que a Maternidade Santana cedeu boa parte do espaço físico à Unimed, operação considerada ilegal.

A ação será analisada pelo juiz Fábio Leite, da 2.ª Vara Civil. Se a liminar for expedida e não cumprida, a Maternidade e a Unimed serão penalizadas com multas diárias de R$ 10 mil.

De acordo com o promotor Fuad Faraj, que assina a ação, no ano ado o MP já havia instaurado um inquérito civil público para investigar a desativação de leitos da enfermaria. Agora, a partir de notícia do Conselho Municipal de Saúde, o MP também identificou a suspensão de parte dos atendimentos ao pacientes do SUS. Fuad destaca que na cidade apenas os hospitais Evangélico e da Santa Casa dispõem de leitos para a população carente na área de obstetrícia e berçário, porém ambos não têm condições de absorver a demanda. “A Santa Casa está com sua capacidade estrangulada e o Evangélico já se manifestou junto à 3.ª Regional de Saúde que não tem condições de ampliar o atendimento sem investimentos do Estado”, comenta.

A parceria entre APMI – que é mantenedora da Maternidade Santana – e a Unimed iniciou em 1997, mas segundo o promotor Fuad Faraj, há diversos questionamentos sobre o assunto. Segundo ele, a APMI foi criada na década de 50, quando o governo do Estado doou o terreno onde está instalada a maternidade – na Rua Paula Xavier – para a construção de uma entidade com fins filantrópicos. Outra parte do terreno também havia sido cedida pela Prefeitura. “Hoje, com essa parceria com a Unimed, a Maternidade deixou de cumprir os objetivos para o qual foi criada”, aponta o promotor. Outro fato citado por ele é que a APMI tem uma dívida com a Unimed no valor de R$ 5 milhões. De acordo com o promotor, essa dívida não foi explicada pela direção da APMI. “É muito estranho, já que a parceria entre as entidades prevê que a Unimed ressarciria a associação pelo uso do espaço físico. Como agora essa dívida se inverteu"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>