O senador Jefferson Peres (PDT-AM) afirmou hoje não ter dúvidas de que a violação de sigilo bancário do caseiro nildo dos Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", foi feita por alguém de dentro do governo.
"Creio que é até redundante se dizer que a violação do sigilo do caseiro é muito grave. É um sintoma de que nós temos no poder pessoas que, realmente, não têm escrúpulos, não conhecem limites e não respeitam sequer garantias constitucionais. O governo parece ter perdido até mesmo o cuidado com as aparências", afirmou.
Peres disse, no entanto, que não é possível acusar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, como fez o PFL, sem que existam provas. "Eu não apontaria o dedo diretamente para o ministro porque não tenho provas. Acho precipitado acusar esta ou aquela autoridade. Mas o fato é que aconteceu dentro do governo. Não sei em que escalão da Caixa Econômica (Federal), não sei se com a autorização da presidência da Caixa ou não. Se a presidência da Caixa autorizou, muito provavelmente, quase certamente, terá sido feito com a anuência do ministro. Não sei se este com o conhecimento do presidente da República. O certo é que foi dentro da estrutura de poder", afirmou.
Ele afirmou achar que o governo criou um clima de leniência com a corrupção e atos ilícitos, que é contagioso. "Todos os escalões contaminam-se disso. É mais contagiosa que a gripe aviária", comparou.
Peres também viu com estranheza o fato de a CEF ter pedido um prazo de 15 dias para apurar os nomes dos culpados pela quebra de sigilo bancário de "Nildo", quando, na avaliação dele, em plena "era eletrônica", 48 horas bastariam.
Segundo Peres, trata-se de uma manobra da istração federal para deixar o assunto esfriar e cair no esquecimento. No fim das contas, o senador do PDT do Amazonas afirmou acreditar que será apontado um funcionário de terceiro escalão, que poderá até assumir a culpa em troca de algum benefício.
