Aliados e adversários estão atônitos com crise no governo

O mais recente choque entre integrantes do primeiro escalão do governo – a procuradora-geral do Estado Jozelia Broliani e o presidente do conselho de istração da Sanepar, Pedro Henrique Xavier – deixou atônitos tanto aliados como adversários do governo na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. ?O que é que está acontecendo com este governo??, questionou o deputado Elio Rusch (DEM).  

Para o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), o governador Roberto Requião (PMDB) deveria demitir os encrenqueiros da equipe. Em viagem ao interior do Estado, ontem, o governador Roberto Requião não escondeu sua irritação com o episódio. Alguns dos seus interlocutores comentaram que ele disse estar farto das conversas enviesadas e as intrigas que são fonte de constrangimentos para seu governo. Depois do rumoroso caso da saída do procurador Sérgio Botto de Lacerda do governo, que desferiu ataques ao próprio governador, a expectativa de governistas e adversários era que Requião tivesse estancado o fogo cruzado entre seus auxiliares.

Mas a carta de Pedro Henrique criticando a procuradora-geral do Estado, distribuída entre os integrantes do Conselho de istração da Sanepar, reavivou as desavenças internas. Pedro Henrique é um desafeto de Botto de Lacerda, a quem é atribuída a indicação de Jozélia, que também assumiu a presidência da Assembléia Geral Extraordinária da Sanepar. Ofendida, a procuradora ameaçou processar o presidente do conselho da Sanepar. O comunicado de Pedro Henrique foi distribuído aos conselheiros em uma reunião realizada na segunda-feira ada, mesmo dia em que Requião se reuniu com todos os seus secretários e presidentes de estatais, em caráter reservado, e em que teria pedido para cessarem as hostilidades internas.

?Se eu estivesse no lugar do governador, demitiria todo e qualquer membro da equipe que falasse mal de outro membro da equipe?, resumiu o líder do governo. Já o líder da bancada do PMDB e presidente estadual do partido, deputado Waldyr Pugliesi, preferiu ironizar. Disse que o governo está pródigo de aprendizes de escritores. ?Este pessoal está escrevendo muito e de maneira conflituosa. O governo deveria fazer um convênio com a livraria Saraiva para dar vazão a tanto talento e obras-primas?, atacou.

Para Pugliesi, está em pleno curso no governo ?um campeonato de vaidades? e que poderia ser atribuído ao caráter ?extremamente plural? da istração estadual. ?Estão provocando problemas para o governador. Eu só espero que os reais interesses do governo prevaleçam na direção da contemplação do interesse público. Idiossincrasias não devem prevalecer?, comentou.

Vários ritmos

Para Rusch, o ?fogo amigo? promovido pelos membros do governo prejudica a atração de investimentos no Estado. ?Há uma disputa de espaço nesse governo, é um acusando o outro. Essa situação agrava ainda mais a posição do Paraná, afastando investimentos por medo de se investir num estado que está prestes a ruir. O Requião é o maestro de uma banda, em que os componentes tocam ritmos diferentes. Cada um do seu jeito e jogando contra os interesses do Estado?, declarou.

O descomo entre setores do governo também foi destacado pelo líder da bancada do PSDB, Ademar Traiano. ?Um toca uma marcha, outro uma valsa. O governo está desestruturado, perdido e acéfalo?, atacou o deputado tucano. 

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