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Veja sinais para identificar o câncer de pele

O câncer de pele é uma doença silenciosa e agressiva (Imagem: mentalmind | Shutterstock)

O melanoma, embora menos frequente, é um tipo de câncer de pele agressivo e pode ser confundido com uma simples pinta. Recentemente, a atriz Flávia Monteiro disse que precisou ar por uma cirurgia para retirada desse tipo de tumor maligno. “Achei que fosse uma pinta, mas era um melanoma. Tive que fazer uma operação”, contou.

O caso serve de alerta para a importância do diagnóstico precoce e da atenção a qualquer alteração na pele. “O melanoma maligno avançado é uma doença muito agressiva, historicamente com prognóstico ruim, possuindo alto risco de metástase se não for identificado precocemente. Já os tumores de pele não melanoma, como o carcinoma epidermoide e o carcinoma basocelular, são os mais comuns”, explica o Dr. Ramon Andrade de Mello, oncologista do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil (São Paulo) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Causas do câncer de pele

Conforme o Dr. Ramon Andrade de Mello, os cânceres de pele são causados devido à replicação desordenada das células da própria pele, levando à formação de um tumor maligno. Ainda segundo o médico, existem vários fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, incluindo histórico familiar, alterações genéticas, fototipo de pele e, principalmente, exposição solar excessiva com ausência do uso de protetor solar.

“A exposição solar desprotegida é realmente preponderante para o desenvolvimento do câncer de pele. Isso é especialmente preocupante no Brasil, onde a incidência de radiação solar é muito elevada”, diz o oncologista. 

Prevenindo o câncer de pele

Os cuidados com a fotoproteção são as principais medidas preventivas contra o câncer de pele. “Para evitar danos, é necessário aplicar diariamente um protetor solar com, no mínimo, FPS 30. Além disso, o produto deve ser reaplicado de duas em duas horas em ambientes abertos e de quatro em quatro horas em ambientes fechados. É importante também evitar a exposição solar entre 10h e 16h da tarde, período em que a radiação solar é mais forte. Nesse horário, prefira a sombra”, aconselha a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Importância do autoexame 

Segundo o Dr. Ramon Andrade de Mello, como a maioria das neoplasias, o câncer de pele é uma doença silenciosa. “Porém, pode se manifestar através do desenvolvimento de alterações da pele, como sinais e pintas desproporcionais”, explica. 

Por isso, o autoexame é tão importante, auxiliando na detecção precoce da doença, o que eleva as chances de cura para mais de 90%, segundo a Dra. Claudia Marçal. “O autoexame deve ser realizado principalmente nas pessoas de pele clara, com histórico familiar ou pessoal de câncer de pele, com uma grande quantidade de pintas, que se expam excessivamente ao sol antes dos 30 anos ou sofreram queimaduras”, orienta.

Jovem com cabelo liso castanho, usando camiseta branca analisando o couro cabeludo em frente ao espelho
O autoexame para identificar pintas suspeitas deve ser realizado uma vez por mês (Imagem: Olena Yakobchuk | Shutterstock)

Como realizar o autoexame

A Dra. Claudia Marçal explica que o exame deve ser realizado preferencialmente uma vez por mês. “Em frente ao espelho, em um lugar com boa iluminação, comece examinando o rosto, principalmente nariz, lábios, boca e orelhas, além do couro cabeludo, o que pode ser feito com ajuda de um pente para separar os fios”, ensina.

Após, a médica indica focar o pescoço, o peito e o tórax, além da nuca e abaixo dos seios. “Nos braços, verifique axilas, antebraços, cotovelos e mãos, inclusive entre os dedos. Com a ajuda do espelho ou de outra pessoa, atente-se às costas, nádegas e pernas. Sente-se para olhar também o interno das coxas, área genital, tornozelos e pés, incluindo a sola e o espaço entre os dedos”, detalha.

Durante o autoexame, seu objetivo é verificar a existência de lesões preocupantes, usando a regra ABCD (assimetria, borda, cor e diâmetro). “Dividimos a lesão em quatro partes iguais e comparamos os quadrantes. Caso a pinta seja assimétrica, tenha bordas irregulares, várias cores ou diâmetro maior que 6 mm, é motivo de atenção”, comenta a dermatologista. Qualquer lesão que coce, doa, sangre ou que aumente de tamanho com rapidez também é preocupante.

Diagnóstico e tratamento do câncer de pele

Ao notar qualquer um dos sinais citados, é importante procurar um médico. “A dermatoscopia é um dos principais exames utilizados para identificar lesões suspeitas na pele. Porém, somente a biópsia dessa lesão é que vai definir o diagnóstico”, destaca o Dr. Ramon Andrade de Mello.

O oncologista explica que, uma vez confirmado o diagnóstico de câncer, o tratamento será definido caso a caso. “Via de regra, o tratamento padrão para o câncer de pele é a cirurgia, mas a quimioterapia e a imunoterapia também podem ser indicadas, além das terapias-alvo, uma abordagem inovadora que representa um grande avanço tecnológico para a oncologia. Com elas, é possível localizar os alvos celulares e manipulá-los para impedir o desenvolvimento dos tumores”, detalha o médico, que reforça a necessidade de discutir as possibilidades com o profissional de saúde.

Por Maria Claudia Amoroso

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