“Sabe quando você acorda e fala: preciso tomar um banho e um café para começar o dia? Eu acordo e preciso tomar banho, café e fazer o meu skincare.” A criadora de conteúdo Samantha Cristina, 33, já se preocupava com os cuidados da pele antes da pandemia, mas foi ao ter de ficar isolada em casa que ela criou o hábito de manter uma rotina diária de cuidados, pela manhã e à noite.

Samantha não está sozinha. Dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) mostram que as vendas de produtos de cuidados com a pele cresceram 21,9% em 2020 no Brasil na comparação com 2019. Máscaras faciais e esfoliantes corporais foram destaques no período com aumento de 91% e 153,2%, respectivamente.

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No primeiro trimestre de 2021, esse segmento seguiu em expansão, embora em menor porcentagem: as vendas de cosméticos para a pele cresceram 3% em relação aos três primeiros meses de 2020, de acordo com números da entidade.

Para os cuidados com o rosto, desta vez, os tônicos (11%) e os produtos antiacne (17%) foram destaque. Já para o corpo, os hidratantes se sobressaíram com aumento de 19% nas vendas.

“A pandemia fez com que ássemos mais tempo em casa, diminuindo o consumo de maquiagem, e aumentando o de produtos para melhorar a pele, porque você começa a olhar mais para si, já que tem mais tempo para isso”, diz Samantha Cristina.

Para a criadora de conteúdo, skincare não é só sobre “ar produto”. É também sobre manter uma alimentação saudável, tomar muita água e dormir bem. Segundo dermatologistas, os itens de fato são fundamentais para ter uma pele saudável.

Confinada em casa sozinha 24 horas por dia, sem ter contato com os amigos e com a família, Samantha afirma que a pandemia lhe trouxe crises de ansiedade. Para combater a situação, ela ou a investir em um combo de cuidados, que incluem terapia, corrida, ioga e a rotina de skincare.

Na avaliação dela, cuidar da pele e se manter saudável é ainda uma questão de aceitação, especialmente, no mundo atual em que as redes sociais oferecem uma série de filtros para “corrigir e melhorar a aparência”.

“As pessoas acabam se perdendo. Tenho várias amigas que não se mostram na internet de cara limpa, só aparecem com filtro de tão distorcida que está a visão de beleza que elas têm”, afirma. Para ela, é difícil mesmo se “olhar hoje e se gostar ao natural”. “Tem mil coisas que te fazem acreditar que o real não é bom.”

A sexóloga e influenciadora digital Érika Oliveira de Paula, 39, tem opinião semelhante. Durante a pandemia, ela ou a investir em produzir conteúdos sobre o seu trabalho no Instagram, rede em que hoje contabiliza 37 mil seguidores. “E eu ficava muito incomodada de ter que usar filtro nos vídeos e sair muito do propósito de me mostrar como eu sou, porque devemos nos amar do jeito que somos.”

Outros dois fatores, afirma a sexóloga, a influenciaram nesse autocuidado: tratar o melasma (condição caracterizada pelo surgimento de manchas escuras na pele) e receber o diagnóstico de que o filho mais novo, Ramon, 2, é autista.

“Com a descoberta do autismo de Ramon, a minha vida virou do avesso. E parei para pensar: ‘Como eu vou cuidar de uma criança, se eu não estou me cuidando em vários sentidos"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>