As desistências de pré-candidatos como o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e o ex-governador João Doria (PSDB) abriram margem para que a disputa pela Presidência se resolva ainda no primeiro turno. A pouco mais de quatro meses das eleições, as pesquisas de diversos institutos apontam uma consolidação dos votos entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em alguns desses últimos levantamentos, a soma das intenções votos do primeiro colocado (Lula) já é maior do que a de todos os demais concorrentes – condição que, na eleição, garante a vitória no primeiro turno.

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Na segunda-feira (30), por exemplo, levantamento do instituto FSB trouxe o ex-presidente Lula com 46% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Na sequência, o presidente Bolsonaro apareceu com 32%. Além das intenções de voto de Bolsonaro, os números dos demais pré-candidatos somados atingem 45%.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) apareceu na terceira posição, com 9%. A senadora Simone Tebet (MDB) ficou com 2%, enquanto o deputado federal André Janones (Avante) teve 1%. Leonardo Péricles (UP), o deputado federal Luciano Bivar (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), a sindicalista Vera Lucia (PSTU), José Maria Eymael (DC) e o cientista político Felipe D’Avila (Novo) foram citados, mas, por arredondamento, não chegaram a 1%.

Brancos e nulos foram 2%, enquanto 5% disseram que não votariam em nenhum candidato. Não sabem ou não responderam 1%.

Neste cenário, o levantamento mostra que o ex-presidente Lula poderia vencer a disputa no primeiro turno, se as eleições fossem hoje. Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o petista varia entre 44% e 48%, enquanto a soma dos adversários do ex-presidente varia de 42% a 46%. Já ao considerar apenas os votos válidos – excluídos os brancos, nulos e indecisos – Lula fica, pela margem de erro, entre 48% e 52%. Para ser vencedor no primeiro pleito, segundo a lei das eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato precisa de 50% mais 1 dos votos válidos.

Datafolha também registra possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno 

A primeira pesquisa do Datafolha desde que Moro e Doria deixaram a corrida presidencial, divulgada na semana ada, também registrou a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno da disputa. De acordo com o levantamento, o petista cresceu cinco pontos em relação à pesquisa anterior, de março deste ano, e marcou 48% das intenções de voto, contra 27% de Bolsonaro. Ciro Gomes apareceu em terceiro, com 7%. Simone Tebet e Janones tiveram 2%, cada. Pablo Marçal (Pros) ficou com 1%. Felipe D’Avila; Sofia Manzano; Leonardo Péricles (UP); Eymael; Luciano Bivar e General Santos Cruz (Podemos) não pontuaram. Brancos e nulos foram 7% e os indecisos foram 4%.

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Desconsiderando os votos brancos e nulos e excluindo os votos indecisos, Lula obteria 54% dos votos válidos, segundo o levantamento do Datafolha. Na hipótese de que todos os votos indecisos sejam direcionados a outro candidato, como Bolsonaro, ainda assim Lula obteria 52,2% dos votos válidos. Com esses resultados, o petista seria eleito já no primeiro turno.

Paralelamente, os levantamentos de maio dos demais institutos também indicam uma tendência de crescimento de Lula no primeiro turno quando se exclui os votos nulos e brancos. Neste cenário, Lula atingiu 47,8% na pesquisa Ipespe da última sexta-feira (27). Na pesquisa PoderData atingiu 47,7%; no levantamento do instituto Ideia foi 46,5%, e na do instituto Quaest foi de 48,9%.

Campanha de Lula vai buscar atrair voto útil no primeiro turno 

Com os resultados das pesquisas mais recentes, o PT avalia a necessidade de ampliar a busca pelo chamado “voto útil” para o primeiro turno da disputa. A campanha petista aposta que Lula pode se beneficiar da “desidratação” de candidaturas como a de Ciro Gomes e de Simone Tebet, por exemplo.

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De acordo com a pesquisa Datafolha, cerca de 4 a cada 10 eleitores de Ciro Gomes apontam Lula como segunda opção de voto. Já os eleitores de Doria, que agora estão sem candidato, migraram em sua maioria para Lula (29%). Já entre os que indicaram voto em Simone Tebet, ao menos 20% sinalizaram que poderiam votar em Lula como segunda opção.

Para atrair esse eleitorado, a campanha de Lula tem ampliado o mote campanha para consolidar a percepção de que o ex-presidente seria o único nome que derrotaria Bolsonaro. Nos cálculos políticos do PT, é preciso buscar o apoio de descontentes em partidos como PSDB, PSD, PDT e MDB. “Os números obviamente são muito positivos para a candidatura do Lula e do [Geraldo] Alckmin. Mostra que nós temos uma estabilidade em termos de votação e de intenção de voto – o que não foi verificado em outras épocas, em outras eleições”, diz a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT).

Gleisi afirma que o PT vai respeitar o momento de cada partido e de cada pré-candidatura; e evita o clima de “já ganhou”. “Nós sabemos que a eleição vai ser uma eleição disputada, vai ser dura”, diz. De acordo com a petista, a busca por novos apoios será essencial para consolidação da campanha de Lula. “Além desses sete partidos [PT, PSB, PV, Rede, Solidaridade, PSol e PCdoB], nós procuramos não só outros partidos, mas também lideranças políticas, aquilo que não for possível ampliar no campo nacional, ampliar no âmbito dos estados. Está todo mundo muito convencido de que nós precisamos ampliar esse movimento”, completa Gleisi Hoffmann.

Campanha e entregas do governo são apostas de Bolsonaro

O núcleo de campanha do presidente Jair Bolsonaro aposta nas entregas de obras do governo federal para frear o desempenho de Lula nas pesquisas. Paralelamente, integrantes do Palácio do Planalto acreditam que, com o início da campanha, Bolsonaro será o principal beneficiado do sentimento do “antipetismo” entre os eleitores.

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Na semana ada, durante sua live semanal, Bolsonaro classificou como “canalhice” a possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno apontada pelo Datafolha. “Será que o Datafolha está jogando, fazendo tabelinha com uma instituição por aí que diz que lá tudo é inexpugnável? O que está acontecendo"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>