A Polícia Civil mineira vai fazer escavações em um lote vago em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (25), em mais uma tentativa de encontrar o corpo de Eliza Samudio, de 24 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes que está desaparecida desde 2010. O local foi apontado por um primo do atleta, Jorge Rosa Sales, que já cumpriu medida socioeducativa pelo sequestro e assassinato da mulher e alegou “peso na consciência” para revelar o ponto mais de quatro anos depois do crime.

Jorge prestou novo depoimento nesta quinta-feira, 24, ao chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil mineira, delegado Wagner Pinto, na capital mineira, após ir ao local acompanhado do advogado Nélio Andrade e de uma equipe do Comando de Operações Especiais (COE) da polícia do Rio de Janeiro. Ele foi levado a Vespasiano após a divulgação de entrevista concedida à Rádio Tupi, na qual contou onde estariam os restos mortais de Eliza.

O rapaz foi o primeiro a itir que a jovem foi assassinada, mas inicialmente alegou que após ser morta pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a vítima havia sido esquartejada e o corpo jogado para cães. Nesta quinta, ao depor, Jorge contou a história com alguns detalhes diferentes, apesar de manter tanto sua participação quanto a do ex-policial e a de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, braço direito de Bruno até serem presos.

“O Bola teria dado uma gravata e asfixiado ela até a morte e depois decepou uma das mãos da Eliza. Depois, segundo a versão dele (Jorge), enrolou o corpo e a mão num lençol e colocou num saco de cadáveres, preto, com zíper”, disse o delegado. “Foram para um lote vago onde já havia uma cova feita, aparentemente por uma retroescavadeira. E ali foi arremessado o saco contendo o corpo da Eliza. Depois, ele, o Macarrão e o Bola teriam enterrado o corpo. Esta foi a versão que ele apresentou”, acrescentou Wagner Pinto.

Segundo o policial, alguns detalhes apresentados nesta quinta por Jorge, como as características do local onde o corpo teria sido enterrado, são “bastante convergentes à versão que ele deu para a emissora no Rio de Janeiro”. De acordo com o advogado do rapaz, Nélio Andrade, Jorge chorou ao chegar ao local nesta quinta. “Vamos buscar materializar essa versão dele. A experiência serve para a gente caminhar numa linha investigativa. Vejo a versão dele com certa coerência”, observou Pinto, que desde o início do caso, em 2010, participou das investigações.

Depressão

O delegado contou ainda que Jorge alegou estar com “peso de consciência” e busca “criar certo alívio” com a revelação. “Ele andava bastante angustiado, deprimido”, disse. “Ele tem muito, muito arrependimento. (Mas) foi muito pressionado. Pagou pelo que fez. Agora, quer limpar a consciência e principalmente o coração”, acrescentou Nélio Andrade.

Mas Wagner Pinto adiantou que uma possível localização do corpo apenas servirá para “proporcionar a materialidade total dos crimes de sequestro, cárcere e ocultação do cadáver”, sem alterar a situação dos envolvidos no caso. “Praticamente tudo que já estava devidamente apurado permanece. Não há mudanças de cenário ou eventual mudança de participação de A, B ou C”, explicou.

O mesmo ocorre em relação a Jorge, independentemente de a versão apresentada ser verdade ou não. “Vamos dizer que ele esteja falando a verdade, mas o corpo não está lá porque foi retirado. Como vou comprovar isso"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>