Pequenos notáveis

Maternidade reborn em Curitiba: as bonecas que viraram mais que brinquedo

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Sucesso nas redes sociais, uma loja de Curitiba tem se destacado pela produção e comercialização de bonecas bebê reborn que impressionam pela semelhança com recém-nascidos. Localizada no bairro Juvevê, a “Maternidade Bebê Reborn Curitiba” começou em setembro de 2020, inicialmente na garagem da artesã Aline Lima.

Com versões feitas em vinil ou em silicone, os modelos variam de R$ 2 mil a R$ 15 mil, conforme as preferências e exigências dos clientes. Ao encomendar uma boneca, é possível definir detalhes como expressões faciais, tonalidade dos olhos e tipo de cabelo.

“As pessoas gostam de ir na loja e escolher um bebê que já está pronto. Mas existem aquelas pessoas que querem um bebê personalizado com a cor do cabelo, o rostinho de uma forma específica ou a cor dos olhos. Também há quem peça para fazer inspirado nos filhos quando eram pequenos”, explica a artesã.

Todo o processo é artesanal e realizado pela própria artista após a seleção dos materiais pelos clientes. No caso das versões em silicone, ela inicia a produção pelo molde do corpo e finaliza pintando o rosto com tintas à base da mesma composição. O prazo de entrega varia entre 20 e 60 dias, dependendo da complexidade da peça.

Memórias materializadas em bonecas

O público predominante é composto por crianças, público responsável por popularizar as bonecas entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000 no Brasil. Por isso, os cuidados com os produtos costumam ser simples: é preciso evitar o contato com fontes de calor e quedas que possam danificá-los.

Além das crianças, Aline também atende colecionadores e profissionais da saúde. Orgulhosamente, ela conta que já produziu bonecas utilizadas em simulações de parto e de emergências pediátricas para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Embora mantenha um padrão de produção para atender à maioria dos pedidos, Aline relembra com emoção o caso de uma mãe que encomendou uma boneca com as feições do filho prematuro. O modelo foi entregue como parte do cumprimento de uma promessa feita à santa de devoção da mulher, em agradecimento pela sobrevivência da criança.

Críticas nas redes sociais não afetam as encomendas

Recentemente, o perfil da loja limitou os comentários após receber mensagens ofensivas. As “bizarrices” apontadas nos comentários não am de uma desinformação sobre o trabalho feito por ela, segundo Aline. 

“Não existe isso de que mulheres tratam os bebês reborn como filhos de verdade. Em todos esses anos, não conheci uma pessoa que fizesse isso. É um trabalho artesanal que exige tempo e dedicação, e ainda assim tem gente dizendo que a loja deveria ser fechada. Os bebês reborn mudaram a minha vida. Hoje, eles são o meu sustento e de toda a minha família”, afirma.

Apesar da repercussão online, a visibilidade nas redes não alterou o volume de pedidos. As encomendas não aumentaram, mas também não diminuíram. Para Aline, a oportunidade está no que vem depois da “febre” virtual. Os planos de expansão para um novo ponto comercial exigem organização e foco na produção.

Com esse propósito, neste mês, a artesã participou de um curso de escultura em São Paulo, voltado à criação e personalização de moldes. Atualmente, suas bonecas já reproduzem com fidelidade as feições de bebês reais. Os modelos se aproximam da realidade, como descreve Aline. O próximo o é alcançar a capacidade de produzir réplicas, uma novidade para o mercado brasileiro.

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