Neste Dia das Mães, para homenagear o amor mais puro que existe, a Tribuna resolveu mergulhar na história da curitibana Fernanda Souza Salvi. Aos 39 anos, não é uma mãe qualquer. Ela tem sete filhos: Eduardo, Laura, José, Maria, Joana, João e Teresa. Os ‘herdeiros” têm entre 15 anos e seis meses de idade. Para ela, ter uma família grande é a realização de um sonho. “Eu acho que, desde que eu nasci, eu já quis ser mãe”, conta.
Para dar conta da rotina, Fernanda segue um planejamento logístico rigoroso e um cronograma bem definido para istrar a própria “miniempresa”, como costuma dizer. De segunda a domingo, organiza as atividades diárias para atender tanto o filho adolescente quanto a bebê. Para não esquecer compromissos, como aulas de balé, judô ou música, ela conta com dois aliados: a agenda on-line e o marido, Rafael Salvi.
Organizar essa dinâmica sem deixar nada de fora não é simples, já que tudo precisa ser multiplicado por sete. Preparar o café da manhã ou propor um eio no fim de semana exige coordenação para que todos possam participar e que o casal consiga oferecer as mesmas oportunidades a cada um. “Exige uma resiliência e uma dedicação compatíveis com o tamanho da família”, afirma Fernanda.

À tarde, enquanto os filhos estão na escola, ela aproveita para trabalhar. Formada em Psicologia, é empresária e comanda uma consultoria de carreira e empregabilidade. A vivência familiar, segundo ela, também impacta positivamente sua atuação profissional. “Minha empatia e meu cuidado com as pessoas vêm da experiência com a minha família”, diz.
Uma mãe para cada filho
Muito antes da maternidade, Fernanda já era vista como mãe. No Ensino Médio, o carinho e o apoio que oferecia aos amigos lhe renderam o apelido de “mãe”. No entanto, ela teve seu primeiro filho aos 23 anos e, inicialmente, cuidou dele como mãe solteira. Três anos depois, conheceu Rafael, que também sonhava com uma família numerosa.
Com o tempo, Fernanda entendeu que ser mãe vai além de organizar rotinas. É preciso adaptar a forma de se comunicar e se relacionar com cada filho. Essa compreensão deu a ela outra habilidade maternal: “para cada filho, eu sou uma mãe diferente”.
A cada nascimento, nasce também uma nova Fernanda. Ela costuma dizer que é uma mãe “de primeira viagem” a cada novo destino — ou filho. “A gestação muda. O parto é diferente. Quando são bebês, cada um tem sua particularidade. Por mais que eu tenha experiência, cada filho é uma experiência única”, explica.
Uma Fernanda para si
Os momentos em família seguem a simplicidade como regra. Atividades na igreja, eios pelos parques de Curitiba e, vez ou outra, uma sessão de cinema com as crianças fazem parte da rotina. Segundo Fernanda, os filhos são felizes entre si por natureza.
Mesmo nos momentos de descanso, ela não deixa de ser mãe. Quando tudo sai conforme o planejado, surgem brechas para aproveitar um tempo só seu. Embora nem sempre consiga ir ao salão de beleza como forma de autocuidado, um banho com tranquilidade já faz diferença.
A rotina intensa da maternidade lhe ensinou que a felicidade está nos pequenos momentos como esse e que é possível viver com leveza. “Eu aprendi a procurar oportunidades no meu dia a dia para também me priorizar, sem ficar fantasiando demais. Sem esse ‘tenho que conseguir tal coisa’ ou ‘preciso de tempo para fazer isso’”, afirma.
Mesmo sendo uma versão diferente para cada filho, todas as facetas — mãe, empresária e esposa — se encontram em uma só Fernanda. Ela relembra que, quando os filhos mais velhos eram pequenos, vivia com expectativas distantes da realidade. Com o tempo e a experiência, as idealizações deram lugar à certeza: “Apesar do cansaço e dos desafios, é exatamente nesse lugar que eu gostaria de estar”.
