Embora o Reino Unido enfrente alta no número de casos de Covid, o uso de máscaras na Inglaterra deixará de ser obrigatório, exceto em instalações médicas, anunciou nesta segunda (5) o premiê Boris Johnson. A medida valerá a partir de 19 de julho, data em que praticamente todas as restrições em vigor para conter a pandemia serão encerradas. Barreiras para entrada e saída de viajantes do país, porém, seguem em vigor.
Na prática, o governo retirará todas as restrições legais ao comportamento dos cidadãos e ará a recomendar que cada pessoa decida como lidar com os riscos. Assim, o uso da proteção facial será indicado, e não mais exigido. “Devo frisar que a pandemia não acabou e que estamos longe do fim. Conforme começamos a aprender a viver com o vírus, devemos todos continuar a gerenciar cuidadosamente os riscos da Covid”, ressaltou o primeiro-ministro.
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“Eu obviamente vou usar máscaras em lugares lotados com pessoas desconhecidas, para proteger os outros e como uma questão de cortesia. Há uma diferença entre isso e em circunstâncias como viajar sozinho por horas, tarde da noite, sozinho em um trem”, comparou Boris. “As pessoas devem ter direito a exercer seu arbítrio.”
Entre outras medidas, não haverá mais restrição a aglomerações em espaços públicos ou privados, e empresas não serão mais obrigadas a manter parte das equipes em trabalho remoto. Uma pessoa vacinada que tenha contato com alguém contaminado também não precisará mais fazer isolamento obrigatório, e deixa de ser necessário escanear QR codes usados para rastrear possíveis contágios ao frequentar restaurantes e pubs. Estes locais poderão funcionar a plena capacidade. Baladas e grandes shows e eventos esportivos foram liberados.
Novas regras para as escolas e as viagens devem ser anunciadas nos próximos dias. Segundo a imprensa britânica, pessoas plenamente vacinadas poderão viajar aos países que estão na lista âmbar sem precisar fazer quarentena ao retornar. O Brasil e toda a América do Sul estão na lista vermelha e seguem vetados.
As mudanças anunciadas por Boris valerão apenas para a Inglaterra. As outras partes do Reino Unido Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decidem as medidas de forma separada, e estão retirando as restrições de modo mais lento.
O Reino Unido é o sétimo país com mais mortes pela Covid no mundo, com 128 mil óbitos, em uma população de 66 milhões. No começo da pandemia, Boris demorou a adotar medidas de restrição e ele mesmo acabou contraindo a doença em abril de 2020, ficou internado na UTI. Ao se recuperar, deixou de lado o negacionismo.
O governo britânico impôs um confinamento rígido no início de janeiro de 2021 e começou a suavizar as medidas de restrição no final de março. Aos poucos, escolas, lojas não essenciais, cinemas, museus e restaurantes foram reabrindo. Restava liberar espaços de entretenimento noturno e autorizar grandes eventos, como megashows, que serão permitidos agora.
As autoridades já haviam flexibilizado o veto a eventos de massa para permitir que 60 mil torcedores comparecessem ao estádio de Wembley, em Londres, para as rodadas finais da Eurocopa, torneio de futebol entre seleções. Este número corresponde a dois terços de sua capacidade.
A primeira semifinal, entre Espanha e Itália, será na terça-feira (6), e a Inglaterra enfrenta a Dinamarca na quarta (7). O grande afluxo de público tem despertado a preocupação de que a liberação provoque o que a imprensa europeia chamou de “variante da UEFA”, em referência à federação de futebol do continente.
A reabertura quase completa é possibilitada pelo avanço da vacinação, que reduziu o número de casos graves e de mortes. O Reino Unido é um dos países com maior percentual de imunização do mundo: 86% dos adultos tinham recebido a primeira dose até domingo (4), e 64% já estão plenamente imunizados.
No ano ado, o governo britânico fez um grande esforço para estimular a produção de vacinas, e o país foi o primeiro a iniciar a campanha de imunização, em dezembro. A aplicação avançou rapidamente, enquanto boa parte da Europa enfrenta diversos atrasos, por falta de doses e questões logísticas.
O Reino Unido, no entanto, vive uma alta no número de casos, embora o total de mortes siga bastante baixo. A média semanal gravita ao redor de 20 mil novos diagnósticos e de 15 óbitos diários. A piora é atribuída ao avanço da variante delta, mais contagiosa e que se tornou predominante no país. A chegada dessa cepa adiou os planos de reabertura em quatro semanas.
O governo disse que as vacinas aplicadas no país garantem proteção contra a mutação, que o sistema de saúde está preparado para lidar com uma possível alta de casos após a reabertura e que o tempo de aplicação entre a primeira e a segunda dose será encurtado. “Temos que ser francos. Se não pudermos abrir as coisas no verão [no hemisfério Norte], quando o clima é bom, então quando poderemos retornar ao normal"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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