Nas épocas de outono e inverno, é comum que fenômenos meteorológicos alterem a coloração do céu. Apesar do céu alaranjado enfeitar a paisagem, ele também serve como alerta para a poluição atmosférica e a inversão térmica, que retém a poluição próxima à superfície, piorando a qualidade do ar.
As regiões metropolitanas são as mais afetadas pelo acúmulo de poluentes, provenientes de gases emitidos por veículos e poeira de obras, por exemplo. Além dos danos ambientais, a poluição também pode causar doenças e problemas de saúde na população. Nas áreas de mata, a redução das chuvas e o estresse hídrico das plantas aumentam a ocorrência de incêndios florestais.
“A fumaça pode ser transportada por longas distâncias na atmosfera. São partículas inertes de carbono, fazendo o céu ficar cinzento, escuro, como se estivesse nublado. É difícil distinguir a fumaça da nebulosidade. A análise por satélite é essencial”, explica o meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) Fernando Mendes.
Em 2024, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) atendeu 13.558 ocorrências desse tipo, o que representou 10,8% do total de casos no ano. Em 2025, até o momento, a plataforma VFogo, que usa dados de satélites para monitorar as florestas, já registrou 258 focos de calor no Paraná.
Céu laranja é comum durante a manhã e à tarde
O fenômeno também é comum pela manhã e à tarde, quando a luz do sol percorre uma trajetória mais longa. Segundo o Simepar, a luz permanece mais tempo na atmosfera nesses horários.
“A luz azul e violeta (ondas curtas) é toda espalhada e desviada para longe da nossa linha de visão. Já a luz vermelha, laranja e amarela (comprimento de onda mais longo) consegue atravessar e chegar aos nossos olhos. Poluição e poeira podem intensificar os tons vermelhos e laranjas ao amanhecer e ao entardecer”, explica o meteorologista.
A luz azul, de ondas curtas, é mais perceptível quando a luz do sol está mais vertical, razão pela qual a coloração permanece ao meio-dia, quando o céu está limpo.
