As homenagens do grupo especial do Carnaval de Curitiba 2025 vão desde futebol até um clássico da literatura infantil, ando também pelo enaltecimento do orgulho do povo preto e benzimento.
Cinco escolas de samba compõem o grupo: Leões da Mocidade, Acadêmicos da Realeza (atual campeã), Enamorados do Samba, Deixa Falar e Mocidade Azul. Neste ano, o desfile na Rua Marechal Deodoro está marcado para sábado, 1º de março. Confira a seguir as inspirações dos sambas-enredo das escolas do grupo especial:
Leões da Mocidade quer valorizar o futebol

Fundada em 2007, a Sociedade Recreativa Beneficente e Cultural Escola de Samba Leões da Mocidade vai homenagear a história do Athletico Paranaense e as pessoas que marcaram o futebol paranaense, além de valorizar o esporte. O enredo é conta a história de um símbolo de resistência, fé e paixão.
“Com cada batida e melodia, o novo hino exalta a força, a determinação e a emoção que nos impulsiona. Este é um tributo vibrante e emocionante, um chamado à valorização e ao reconhecimento do esporte e das paixões que preenchem todos os torcedores. É um vínculo de amor que não se rompe em tempos difíceis. Não apenas destacamos os feitos marcantes do clube ao longo de um século, mas também rendemos homenagem às pessoas que deixaram uma marca inapagável tanto no universo do futebol quanto no nosso, o Carnaval”, comentou a escola de samba em publicação.
Os compositores do enredo são: Leo Peres, Flávio Guerra, Wilson Paulino e Paulo Cesar Feital.
Acadêmicos da Realeza homenageia o Pequeno Príncipe

Fundada em 3 de março de 1997, a Acadêmicos da Realeza é conhecida pela criatividade e compromisso com a cultura popular. Em 2025, a obra de Antoine de Saint-Exupéry, o Pequeno Príncipe, é homenageada. O enredo conta a história do príncipe, que viaja pelos planetas e ensina lições de vida. Na história, a Águia (símbolo da escola) com o personagem principal.
“‘O Essencial é Invisível aos Olhos’ é uma homenagem singular ao Hospital Pequeno
Príncipe, símbolo de cuidado, humanidade e excelência na saúde pediátrica brasileira. Este desfile, mais do que um espetáculo, é um manifesto cultural que une tradição, solidariedade e a essência do espírito carnavalesco”, explica Vilma Barbosa.
Os compositores do enredo são: Álvaro Rocha, Igor Alencastro, Rafael Batata, Rodrigo Souza e João Perigo.
Enamorados do Samba exalta a beleza da cidade

Após uma pausa, estreou no Carnaval de 2018 com reformulações, sendo campeã do
grupo de o. Dois anos depois, conquistou o título do último desfile antes da pandemia da Covid-19. A Enamorados do Samba tem como missão unir a amizade, amor, paz, além da consciência ecológica e, neste ano, decidiu homenagear Curitiba.
“Nosso enredo fala sobre uma cidade acolhedora, organizada, limpa e premiada
internacionalmente. Moro em Curitiba há 29 anos e os anos am e, mesmo com tantas dificuldades, a cidade permanece linda. Pensando nisso, pensamos em levar o que há de melhor para a avenida, mesmo com pouco recurso e incentivo”, detalha o carnavalesco Leo Nascimento.
O compositor do enredo é Leo Nascimento.
Deixa Falar relembra o trabalho das benzedeiras

Fundada em 2020, no Dia da Consciência Negra, a escola de samba Deixa Falar resolveu enaltecer a história do povo preto e resgatar o saudosismo do samba. O nome é uma homenagem à 1ª escola de samba do Brasil e criadora do termo.
Em 2025, a novata do grupo especial vai contar a história do benzimento – prática de cura que se baseia na fé, no instinto e nos elementos da natureza. “É um enredo muito bonito.
Falamos de cura, de amor e de liberdade. Vamos lembrar que o benzimento a de
geração para geração, que é uma prática milenar. Durante o estudo, descobrimos que uma mãe ou um pai falar “vai com Deus” ou “Deus te acompanhe” é uma forma de benzimento”, explica o diretor geral de Carnaval da Deixa Falar, Marcelo Nunes.
Os compositores do enredo são: Marcelo Nunes, Rapha SP e Marcus Boldrini.
Mocidade Azul resgata tesouro do povo preto

Fundada em 1972, a escola de samba nasceu a partir da torcida organizada do Esporte Clube Pinheiros e desde então, destaca-se pelo trabalho realizado na comunidade, ações sociais e promoção da cultura carnavalesca. Neste ano, a homenagem quer resgatar um tesouro do povo preto: sankofa – ideograma africano que representa a necessidade de olhar para o ado para construir o futuro.
“Esses símbolos foram trazidos para o Brasil através dos povos escravizados. Era uma forma, mesmo que velada, de manter a cultura, as tradições e as religiões. Sankofa nos ensina a possibilidade de voltar atrás – as nossas raízes – e realizar nosso potencial e avançar. Ele coloca no ado uma grande luz que pode iluminar o caminho no sentido de um futuro mais harmonioso e rico”, detalha o carnavalesco Ricardo Garanhani e a diretora de Carnaval Márcia Barbosa nas redes sociais.
Até a publicação, a reportagem não obteve o nome dos compositores do enredo.
